Queremos Ser Adolescentes Para Sempre
Dez anos depois os Muse aterraram no NOS Alive à última da hora para salvar o
terceiro dia e a própria edição do festival.






“Liquen”
O terceiro e último dia de XVII NOS Alive começou com CMAT no palco principal. A
meio do concerto, a artista irlandesa aproveitou para apresentar ‘Running/Planning’,
‘Take a Sexy Picture of Me’ e ‘The Jamie Oliver Petrol Station’, temas que irão constar
no seu terceiro álbum de originais, “EURO-COUNTRY”.






Galeria Completa “Dead Poet Society” aqui:
Apesar do público estar ainda algo disperso, o two-step pedido pela artista em ‘I Wanna Be A Cowboy, Baby!’. Para fechar a apresentação, houve ‘Stay For Something’ com CMAT a juntar-se literalmente
ao público e, numa loucura total, cantou os últimos refrões no meio e com a multidão. Momentos para mais tarde recordar pelos presentes!






Galeria Completa “Cmat” aqui:
Já no palco Heineken, os Bright Eyes não deixaram assim tantos momentos para mais
tarde recordar. Talvez o terem estado 30 anos para vir a Portugal tenha a justificação
no concerto que apresentaram. Se foi mau? Não. Mas foi só isso. Um concerto
insípido, sem qualquer ponto de destaque.






Galeria Completa “Bright Eyes” aqui:
De volta ao palco principal, os Jet regressaram a Portugal e ao festival depois de um
hiato de 15 anos. Com o rock pujante e orelhudo com que habituaram os seus
ouvintes, a banda australiana não deixou para o fim ‘Are You Gonna Be My Girl’, o seu
tema-maior que já leva 22 anos de existência. Entre os presentes, fizeram-se contas e
houve um desejo de se querer ser adolescente para sempre. Desejo esse que voltaria
no final da noite.









Galeria Completa “Muse” aqui:
Antes disso, os Muse voltaram, também 15 anos depois, ao NOS Alive. Tal como no
concerto anteriormente dado em Portugal, desta feita a banda também veio em
substituição de outro artista. Se em 2022 os Muse substituíram os Foo Fighters no
Rock in Rio, desta feita os substituídos foram os King Of Lion.






Galeria Completa “Amyl And The Sniffers” aqui:
Com Christopher Wolstenholme a vestir a camisola da selecção nacional com o nome e
número de Diogo Jota, Portugal recebeu a banda norte-americana como poucos países
sabem receber. Como prova de tal lealdade, a base de fãs portuguesa praticamente
lotou o Passeio Marítimo de Algés, algo que seria quase impensável com os King Of
Lion.
Sem chuva como aquando da passagem pelo Rock in Rio em 2022 e com mais
simpatia-empatia pelo público, o alinhamento de 22 músicas não trouxe surpresas até
porque, para todos os efeitos, esta acabou por ser a última data da tournée europeia
da banda.
Apesar disso, Matt Bellamy está com uns quantos tiques de diva oriundos da sua
mudança para os EUA em 2010. Ainda assim, ‘Starlight’ continua a ser um dos grande
temas rock feito no novo século.
No palco secundário, a dificuldade no concerto de Foster The People foi arranjar um
espaço para ver o concerto. O ambiente criado no palco Heineken fez lembrar as
actuações dos Parcels onde, por mais quê se aumente a capacidade do recinto
adjacente ao palco, fica sempre alguém de fora. A banda norte-americana aproveitou
o seu regresso a Portugal para apresentar parte daquele que é o seu IV e mais recente
trabalho de originais – “Paradise State Of Mind” (2024). No entanto, o melhor estava
reservado para o fim. ‘Pumped Up Kicks’ foi cantado em uníssono entre a banda e um
público que ali voltou a ser adolescente. E que, por músicas como esta, o quer ser para
sempre.






Galeria Completa “Foster The People” aqui:
No fechar de hostilidades do palco principal, Nine Inch Nails desfilaram os seus
melhores temas de quase quatro décadas de estrada, num alinhamento cujos últimos
três trabalhos de estúdios em nenhum tema foram contemplados. Tal como na
passagem pelo festival em 2018, ‘Head Like A Hole’ e ‘Hurt’ fecharam o concerto com
uma energia muito similar àquela que se encontra num concerto de Foo Fighters.
No fecho do palco Heineken, os Future Islands criaram um ambiente interessante
como os antecessores Foster The People. Mas com um menor entusiasmo! Tal como
os Nine Inch Nails, foi um bom regresso a Portugal oito anos depois.
Para o fim de festa, estavam reservados os Franc Moody. Na primeira vez enquanto
trio, a banda viu Jon Moody ingressar no baixo (também) pela primeira vez. A banda
inglesa tocou três temas do seu novo trabalho de originais – “Chewing The Fat”
perante uma audiência com um número muito razoável de pessoas – especialmente
tendo em linha de conta que o concerto decorreu às 03h00 da manhã. Uma boa
maneira de encerrar o palco Heineken e o festival.
Fica o desejo de voltar em 2026 e o agradecimento da Imagem do Som à organização
(e em especial à Johana Bond) por sermos sempre recebidos e tratados no NOS Alive
com carinho, dignidade e respeito. Bem-haja!
Texto de Diogo Santos.
Fotografias de Jorge Pereira.